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 aprendendo através 

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Aprender através é tirar proveito de cada situaçãocada acontecimento e cada descoberta. Aprender através é, em última instância, não fetichizar o saber. É a prática crítica diária para si e para o mundo. Aprender através é fazer uso do que se aprende para transformar a forma como se vive, se faz, se produz, se relaciona.

Aprender através é aprender com o mundo e se alterar. E nessa alteração, alterá-lo. Pois não há separação entre um e o todo. Quando propomos aprender através de arte, nunca é apenas sobre arte. Pois podemos aprender através de absolutamente tudo.

E como diz a canção: ainda é cedo para não tentar”.

 

Tentemos juntos.

Atualizado: 3 de dez. de 2022

Assinatura é algo que desenvolvemos ao longo da construção de nossas identidades. No longo caminho até encontrarmos nossas assinaturas, nos alteramos. E, em compassos de transformação, modificamos as formas como nos registramos no mundo.

Da esquerda para direita: Felipe "Pirula" Kautz, Diogo Brochmann, Fabricio "Bri" Gambogi e Rodrigo "Roger" Fischmann

No duelo entre nossos pretéritos - sejam eles perfeitos, imperfeitos ou futuros do pretérito -, quando insistimos em desenhar nossa passagem pelo mundo através do trabalho e (cri)ação, também constituímos nossas assinaturas. Passamos então a virar caminhos. Nos “tornamos escola”, como já dizia Henrique de Souza Filho, o Henfil.


Dingo, em sua transição para uma nova assinatura e forma de se registrar no mundo, lança "A Vida é uma Granada" - terceiro disco do grupo formado por Diogo Brochmann, Fabricio Gambogi, Felipe Kautz e Rodrigo Fischmann.


Enquanto Dingo Bells, a banda nos presenteou com álbuns que já vieram ao mundo como ressonâncias e marcos de seus tempos, fosse de olhos fechados para o azar em Maravilhas da Vida Moderna (2015) ou provando que realmente Todo Mundo Vai Mudar (2018). Dingo Bells baixou as luzes de natal e abriu a passagem para Dingo, encerrando seu ciclo com despedida em grande estilo, consagrando novos tempos e formas para os guris de Porto Alegre. Após um ano com shows em sua terra, São Paulo e Minas, além de apresentacões com a Orquestra de Sopros de Novo Hamburgo, Dingo renasce com novo nome, novo álbum e novo show. Em “A Vida é uma Granada”, composições que fogem de abstrações ao se mostrarem íntimas e retratando a vivacidade das nuances deste novo tempo.

Na eterna dança de Shiva, em espiral de construção e desconstrução do ser, acabamos nos tornamos algo que ainda não éramos enquanto damos continuidade a algo que fomos. Ao terem a coragem de vestir uma nova roupagem, continuar e aprofundar o trabalho ante aos muitos fins do mundo da última quadra histórica, Dingo lança a granada da vida sobre nós para provar que ainda não vimos nada.


Dingo lança "A Vida é Uma Granada" com o respeito e maturidade de uma banda que é jovem na mesma medida em que é experiente. Que, ao cuidado de grandes músicos, compositores e artistas do som, nosso Steely Dan guarani prova que todo fim, de fato também é um recomeço.

Dingo - A Vida é uma Granada. Lançado em Novembro de 2022 pelo Selo Rockambole

A arte da capa, feita por Eduardo Stein Dechtiar é um passeio pelos sons em imagens. O disco, produzido por Gilberto Ribeiro Jr. e Helio Flanders, gravado por Wagner Lagemann no Estúdio Pedra Redonda e lançado pelo Selo Rockambole abre novos caminhos - estéticos e sonoros para Dingo, e empolgam para as próximas páginas de sua trajetória.

Rodrigo "Roger" no violão e vocais e PH Marques na bateria. Lançamento de "A Vida é uma Granada". Bar Opinião, Porto Alegre. Foto por Vini Angeli

Com shows de lançamento no Cine Jóia em São Paulo e no Bar Opinião em Porto Alegre, Dingo nos abraça e surpreende com um disco e um show que demonstram que a nova fase vai além de nomenclaturas.

Felipe "Pirula" Kautz. Show de lançamento. Cine Jóia, São Paulo. Foto por Gabs Hands

Musicalmente experientes e articulados que são, nossos queridos Dingos refletem maturidade e frescor na estréia de seu novo trabalho. Com belos e característicos arranjos de sopro, o show conta com mais um músico no palco. PH Marques assumiu não apenas a bateria e violão e teclas nas novas músicas. Abriu também espaço para boas novas: dar vez para que o vocalista, baterista e compositor Rodrigo "Roger" Fischmann nos abrilhante com novas cores, movimento e presença, engrandecendo nossos olhos e ouvidos e provando que Dingo, além de não se repetir, consegue deixar seus shows cada vez mais interessantes.


Mas não apenas a adição de PH e a vinda de Rodrigo ao front que Dingo nos apresenta em seu novo show. Felipe Kautz, baixista e compositor se junta a Rodrigo em "Lindo Não" e solta sua voz em "Cheguei de Longe", composição que trata da vinda de Felipe para São Paulo. Um lindo sim para “Pirula”, que além do ballet de graves, surpreende pela suavidade de suas vozes.

Fabricio "Bri" Gambogi divide vocais com Paola Kirst em "Tropeço". Opinião, Porto Alegre. Foto por Vini Angeli

E no festival de boas novas, além da aguardada “revoada da cozinha” de Dingo, as participações de Marina Reis da banda Pluma em São Paulo e da cantora e compositora Paola Kirst em Porto Alegre marcaram a estreia do guitarrista Fabricio "Bri" Gambogi colocando seu canto no mundo em "Tropeço".

Da esquerda para direita: Diogo Brochmann. Cine Jóia. Foto por Gabs Hands

Show de Lançamento em Porto Alegre e Rodrigo "Roger" Fischmann. Fotos por Vini Angeli


Com o lançamento de “A Vida é uma Granada”, a aposta da percepção de uma última transição dos guris: de "uma baita banda" para se consolidarem enquanto uma coletividade artística de peso. E, ao faze-lo, se (re)afirmam enquanto uma das grandes bandas de nosso tempo. Fica a empolgação e anseios para os próximos passos e sacolejos que “os Dingo” nos trarão. Olhos neles, Brasil.


Para conhecer Dingo

Ouça "A Vida é uma Granada"




Atualizado: 19 de nov. de 2024



Henfil ocupa um lugar de retorno para mim. Mas não apenas para mim. As muitas ciclicidades do mundo, de pessoas, ideias e tendências se tornam e (re)tornam. Retornam pelos ecos que sintetizam. Quando a expressão parte de uma ideia, quando passamos a imaginar imagens, palavras e sons para materializar uma ideia. transcendemos o plano das ideias para o plano material.


A criação, o que Henfil chamava de “desenho” - afinal, esta era a linguagem de expressão de suas ideias-mundo - é um processo de dança entre o material e o ideal. Entre imaginação, a análise e um bocadinho do sonho. Toda imagem imaginada parte do real. Até mesmo o sonho. Não me agrada em nada como quem pensa o mundo e as relações-mundo têm tratado o sonho. E acho que Henfil concordaria comigo, como já disse em carta ao próprio Henfil (que você pode ler e ouvir aqui)


Henfil é uma de muitas provas de retorno. Para além de tudo em que sua produção nos atravessa, na expressão de ideias e sentimentos coletivos. Sem desculpas, sem ressalvas. Papo reto não tem curva, já diria Chorão. E Henfil era do papo reto.


Fosse do Pasquim, nas Cartas para Dona Maria, onde Henfil, como sempre, encontrava brechas para desaguar e ecoar suas indignações, pensamentos frente ao escárnio da ditadura empresarial-militar. Henfil nos atravessou. Por diversos suportes e meios: com ideias e imagens através do desenho, do cartum, da imagem, da palavra, do filme, da voz.


Mas hoje, uma vez mais, faço uso de meu amigo de viagens no tempo e companheiro Henrique de Souza Filho. O rebelde do traço, Henfil. Para trazer uma reflexão sobre talento, criatividade e processos. Resgatando os originais, como já ensinara o querido professor Gustavo Prieto.


O livro-entrevista “Como se faz Humor Político” (2014), lançado em sua primeira edição em 1984, a partir de relatos mediados pelo jornalista Tárik de Souza, possui preciosas ideias e visões de mundo e sobre processos de Henfil. Longe-de-mim ser estraga prazeres ou dar spoilers. Porém convido você e todas, todos e todes os talentos para a audição e leitura dessa “entrevistexto”.


Boa viagem. E bons retornos. Mandem um beijo ao camarada Henfil.

Referências :


Como Se Faz Humor Político / Henfil: Depoimento a Tárik de Souza. São Paulo, Kuarup, 2014.

Joyce. “Opinião”, em Passarinho Urbano, 1976. Composição: Zé Kéti

Glauber Rocha. Programa Abertura. TV Tupi, 1979

Fred Hampton. Discurso Público, 1969

Rosinha de Valença. “Consolação”, ao vivo na Alemanha, 1966. Composição: Baden Powell e Vinicius de Moraes.






Atualizado: 30 de jan. de 2024

Da esquerda para direita: Antonio Gramsci, Milena Paulina, Ailton Krenak e Leyla McCalla

Tempo. Tema, conceito, abstração, medida.

Tempo. Esperança, desespero, sublimação, ferida.


O tempo, nosso tempo, e o tempo da vida foram mexidos. Alterados. Trocados, editados e cessados. As transformações e imposições daqueles sem rosto, ou mesmo daqueles cujas faces estão por todos os lados, seus antigos e novos sistemas de poder foram implacáveis conosco. E com nosso tempo.

Em meio às mais complexas capacidades tecnológicas, de investigação, produção e registro que tivemos notícia, onde o saber e a magia se beijam em queda livre, nosso tempo nos mostra a crueldade e incapacidade destes sistemas de poder em manter e preservar a vida. De garantir dignidade. De viver relações saudáveis. De viver.


Antes mesmo de falar em fruição, devo dizer que a manutenção e inovação destes sistemas de poder precisam e sempre irão precisar de cada vez mais - e maior - controle.

O controle e engenho destes sistemas de poder roubam nossos tempos. Todos que puder: de nosso tempo de vida ao tempo de nossa morte. Rouba nosso tempo de vida e o tempo da morte. E NOSSO tempo, enquanto marco coletivo.


Nossos tempos e espaços, mexidos e cada vez mais lapidados por estes sistemas, querem o que sempre buscaram. Mas agora, em novas proporções, áreas, formas e lugares. E esses sistemas de poder, como acumuladores que são, buscam cada vez mais corpos, territórios, ferramentas e formas de dominação para que se mantenham perpétuos. Fazem e farão uso de todo o seu poder. De toda sua estrutura. De toda sua riqueza. De toda sua influência. E também das vidas, da continuidade, tempo e garantias de quem for em nome de seu maior desejo: ser perpétuo.

Os perpétuos Sonho e Morte. Sandman. Netflix, 2022.

Ora, nossos registros no tempo já representaram e registraram uma clara figura destes sistemas: o vilão megalomaníaco que persegue a dominação mundial. Ou mesmo aqueles que sacrificam quantas vidas forem necessárias para obter a vida eterna. Para tentar perpetuar-se.


E, para tal perpetuação, nossos tempos sacrificados, massacrados. Para que se produza cada vez mais. Sob condições cada vez mais adversas. Piores. Precárias. Pouco a pouco, esses sistemas e seus representantes se reinventam e nos consomem.


A intensificação da exploração do trabalho, a piora nas condições de vida, de produção e a aceleração desenfreada dos tempos, somadas à escalada para a total mercadorização e financeirização do viver é mais do que um sinal. São os sintomas mórbidos, as dores do parto de um novo mundo que ainda não nasceu, como já diria Antonio Gramsci.

Obra: O velho mundo esta morrendo. O novo demora a nascer. Nesse claro-escuro, surgem os monstros. Alfredo Jaar, Exposição "Lamento das Imagens", Sesc Pompéia, 2021, FOTO: Alfredo Jaar

Mas o que a acumulação desenfreada, as desigualdades e a exploração de nossos tempos tem a ver com Arte? Tudo, talvez.


Aqueles e aquelas a quem chamo de artistas, são aqueles e aquelas que sentem e colocam a pulsão (cri)ativa no mundo. Existem artistas da sobrevivência. Que encontram na capacidade criadora, mecanismos e formas de viver e sobreviver frente à hostilidade do real.


Existem artistas que registram sentimentos e nossa existência no mundo em diferentes linguagens. Existem artistas que nos colocam em contradição, e outres artistas que fazem uso das contradições para redescobrir o passado e imaginar outros futuros. Existem artistas que não são vistos no espetáculo da vida. Artistas que garantem que os demais sejam e existam. Artistas existem. E estão por toda parte.

"Em 2017, pude aprender com Vera que a potência pode não estar nas respostas, mas sim nas perguntas" São Paulo, Outubro de 2019

Vera Barros - coordenadora do Educativo do Festival de Arte Contemporânea SESC_VídeoBrasil - e uma das dezenas de pessoas responsáveis pelo anseio e pulsão de que aprendêssemos através do que existe, sempre perguntava: “tu é artista?”. Ao final de cada conversa, de crianças, jovens aos mais velhos. De passantes a regulares, retos e circulares, a certeza: somos.


Precisamos retomar nossos tempos. Clamar os futuros. Incendiar a gana e o desejo. Fazer uso do que já existe para criar o que ainda não existe. Mas, o tempo em si não é o suficiente. Ao falarmos de tempo, implica no tempo e no espaço, elementos indissociáveis na unidade cósmica.


Precisamos de espaço no tempo. Para recuperar e transformar nosso tempo. Pois afinal, a produção - seja da vida ou da arte - é e sempre foi uma tarefa coletiva.


Artistas de todos os cantos, uni-vos!



Para assistir: Lamento das Imagens, de Alfredo Jaar. Sesc Pompéia (2021)




Para ler: VIEIRA, Euripedes Falcão. “O tempo-espaço: ficção, teoria e sociedade”. Cad. EBAPE.BR, Ago/2003

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