#OcupaErupções - Notas e vias possíveis para uma produção cultural totalizante
- Tamires Menezes
- 7 de set. de 2023
- 4 min de leitura
Atualizado: 19 de nov. de 2024
A iniciativa #OcupaErupções visa difundir pesquisas, resultados, abordagens, perspectivas e experiências dentro dessa empreitada que vai além leste: de compreender, agir e transformar as formas de se produzir na cultura e produzir a cultura de forma sustentável e que articule agentes, territórios e vontades para uma autonomia de criativos, movimentos, trabalhadores e trabalhadoras da cultura, do conhecimento e redes de trabalho, pensamento e produção.

Notas e vias possíveis para uma produção cultural totalizante I:
Uma introdução ao Projeto Erupções Periféricas
"Estudar: demorar-se na leitura, estender e aprofundar a leitura, chegar, talvez, a uma leitura própria"
Jorge Larrosa
O projeto Erupções Periféricas: Circuitos Formativo-CRIAtivos foi pensado e gestado pelo Coletivo-Iniciativa Aprendendo Através, no e para o extremo-leste da capital. Nosso projeto foi contemplado pela 19ª edição do Programa para a Valorização de Iniciativas Culturais (VAI) da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo em Julho de 2022.
O projeto buscou pesquisar, compreender e fomentar a formação e produção continuada de jovens artistas, produtores e fazedores culturais do extremo leste e periferias da cidade interessados(as) em desenvolver projetos culturais e artísticos (individuais e coletivos) e ações (coletivas) a partir da construção de um Ciclo Formativo (CRI)ativo em formato híbrido, tendo em vista a ampliação do impacto de suas ações e diálogo com novos públicos, além da produção de uma temporada do podcast “Aprendendo Através” e uma Mostra Cultural sob o tema Erupções Periféricas: Alvorada dos povos e gentes.
O projeto foi focalizado no extremo-leste da capital, concentrando os territórios de Guaianases, Cidade Tiradentes, José Bonifácio e Itaquera - territórios cede do projeto, do qual o coletivo e membros são oriundos e vivem.
Ao situar não apenas a vida na periferia, mas qualquer análise, é preciso ter em mente que suas dimensões possuem historicidade. Em uma dupla relação: tanto diacrônica¹ quanto sincrônica².
¹: Que estuda ou entende uma situação, ou reunião de fatos, de acordo com a sua evolução no tempo
²: Que se passa ao mesmo tempo que outra coisa; simultâneo

A composição do espaço geográfico está diretamente relacionada aos usos do território e sua construção - histórica e de intervenção diária. A segregação urbana paulista é um reflexo cruel da divisão territorial do trabalho, e isso afeta todas as cadeias de produção, ação comunitária, agitação cultural e de trabalho de agentes e fazedores periféricos.
Portanto, quais seriam os usos das periferias distantes dadas suas condições de ampla exclusão social, altos índices migratórios e ausência de políticas locais em territórios que possuem vasta gama de agentes, além dos altos contingentes populacionais?
O caso de Cidade Tiradentes, distrito do extremo leste de São Paulo, cidade mais rica do país, possui algumas das mais gritantes situações da cidade no que se refere às desigualdades. São Paulo, a 5ª maior cidade do mundo, a maior da América do Sul e, que acrescida de sua Região Metropolitana, se configura a 3ª maior, perdendo apenas para Tóquio (Japão), Xangai (China) e Déli (Índia). Onde sua população periférica enfrenta questões de emprego e renda, deslocamento dentro da metrópole, além de ser o distrito com a menor expectativa de vida da capital, onde a idade média ao morrer - que já era a mais baixa da cidade, com 23 anos a menos do que os distritos com maiores taxas como Jd. Paulista, Itaim Bibi e Alto de Pinheiros segundo o Mapa das Desigualdades.

Nossa atuação-reflexão-formulação em nossos territórios periféricos, com a intenção de movimento e articulações de mais periferias da cidade, parte das experiências, relatos de experiência e investigação da situação de entes, agentes e coletivos periféricas realizadas pelo Coletivo Aprendendo Através junto a Magma Social, oriunda do processo de construção do Projeto Erupções Periféricas
Em busca de um enfrentamento focalizado no desenvolvimento local, construção de redes de trabalho, colaboração e organização do trabalho e fazer artístico nas quebradas da cidade, dadas as similaridades de trajetórias e dificuldades de subsistência do trabalho artístico-cultural frente à intensificação da precarização do trabalho e do contexto pós-pandemia de covid-19, o projeto Erupções Periféricas se constrói como um duplo processo: de produção, formulação e ações de reflexão, sensibilização, formação e criação artístico-cultural de agentes e coletivos. Juntar gente e tornar-se agente consciente de seus trabalhos, objetivos e ações para sua realização. De pensar e mediar seus processos para além do acesso às linguagens. Investigar, refletir, propor, agir, formar produzir e comunicar.
Fica o convite para você que nos vê, nos lê e nos escuta conhecer este projeto, suas ações e formulações aqui no #OcupaErupções no site do #AprendendoAtravés, pois quem chegar perto, pega fogo!
Você pode seguir nossos projetos nas redes sociais e ouvir a Temporada Erupções do Podcast Aprendendo Através em:
Instagram da guardiã dos tempos, experiências e histórias vividas que vos fala: me encontrem lá em @tamyqq e @rabiscoepesquisa.
E como de costume para quem me vê, me lê ou me ouve: caso eu não te veja, bom dia, boa tarde e boa noite internet brasileira.
Equipe Erupções Periféricas
Tamires Menezes
Cinthia Arruda
Otávio Marques Caroline Seemann
Daniel Gaborim
Igor Luis Seemann
Colaboradores
Maria Rosa Caldas (Mestra Rosinha)
Fabrício Gambogi (BRI) Carolina Tiemi (ITZÁ)
Luciano (Ciano)
Fernanda Mira
João Vitor Batista de Oliveira
Igor Luis Seemann João Victor Machado Lucas Monteiro (Luccão)
Realização Aprendendo Através
Programa VAI Secretaria Municipal da Cultura de São Paulo
Apoio Okupação Cultural Coragem Magma Social Casa Produção ZL
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